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Sinfonias Urbanas – Ciclo de Cinema ao Ar Livre com Filipe Raposo

Cinema

Castelo de São Jorge

Obter Direcções

Este evento já decorreu
23 — 26 Jun - 2021
Quarta e sábado

"Lisboa, Crónica Anedótica", de Leitão de Barros
"O Homem da Câmara de Filmar", de Dziga Vertov
"As Aventuras do Príncipe Achmed", de Lotte Reiniger
"O Estudante de Praga", de Stellan Rye ePaul Wegener

Castelo de São Jorge

Obter Direcções

Este evento já decorreu
23 — 26 Jun - 2021
Quarta e sábado

Produção Executiva: Alzira Arouca (Piano Piano Produções)

Direção Técnica: Cândido Esteves (CEPA Produções Audiovisuais)

Aluguer e afinação de pianos: Afonso Wallenstein (Ébano e Marfim)

Agradecimentos: Cinemateca Portuguesa / ANIM

Apoio: FES Cultura – Projetos da Câmara de Lisboa

Iniciativa: EGEAC/ Programação em Espaço Público e Castelo de São Jorge

Entrada livre, sujeita à lotação do espaço, com levantamento do bilhete no próprio dia, até 15 minutos antes do início da sessão, no limite de dois por pessoa.

M/12

O Castelo de São Jorge, o monumento mais emblemático da cidade de Lisboa, transforma-se numa sala de cinema ao ar livre, para receber um ciclo de cineconcertos com Filipe Raposo ao piano.    

Depois de ter habituado o seu piano a conviver com as imagens do cinema mudo em sessões da Cinemateca Portuguesa, Filipe Raposo junta agora música original a quatro títulos fundamentais da sétima arte. O cinema, ou o cinema mudo, raramente foi silencioso: era comum que os visionamentos fossem feitos com acompanhamento de música ao vivo, nos seus mais diversos formatos. Essa relação traduz-se igualmente no subgénero das “sinfonias urbanas”. A partir dos anos 1920, são vários os filmes que, em jeito de homenagem, têm como protagonistas as metrópoles e os seus habitantes. Lisboa não foi exceção: a primeira longa-metragem de Leitão de Barros “Lisboa, crónica anedótica” (1930) é um filme que combina influências estéticas e tradições artísticas distintas, como as vanguardas cinematográficas europeias.
O Castelo de São Jorge é o palco ideal para estes cine-concertos, já que é um lugar privilegiado para escutar a cidade e os seus sons. Aqui, ouviremos vozes do passado, tornadas presentes pelos filmes e pelas composições de Filipe Raposo.

 

23 de junho

20h30

Lisboa, Crónica Anedótica (1930)

de Leitão de Barros

Duração: 120'

A primeira longa-metragem de Leitão de Barros é um filme extraordinário que combina influências estéticas e tradições artísticas tão diferentes como as vanguardas cinematográficas europeias, a reportagem jornalística ou o teatro de revista. Promovida à época da sua estreia não só como um “documentário”, mas também como uma “crónica”, ‘Lisboa, Crónica Anedótica’ tem uma estrutura híbrida que confundiu críticos e a remeteu para um lugar secundário tanto na carreira de Leitão de Barros na história do cinema mudo português.

Se virmos ‘Lisboa, Crónica Anedótica’ como o resultado da intersecção destas áreas interpretaremos melhor não só a sua diversidade formal (entre o documentário e a ficção, entre o registo da modernidade e o elogio da tradição), mas também a sua construção episódica (entre o sketch teatral e a fotorreportagem temática) e a sua estrutura flexível (desdobrando-se em versões adaptadas a cada público: lisboeta, português ou estrangeiro) — isto é, tudo aquilo que faz dela uma obra especialmente importante e reveladora sobre a cultura portuguesa no final dos anos de 1920.

 

 

24 de junho

21h00

O Homem da Câmara de Filmar (1929)

de Dziga Vertov

Duração: 80'

Vertov anunciou o seu filme da seguinte forma: “É uma experiência de transposição cinematográfica de fenómenos visíveis, sem intertítulos, sem cenários, sem estúdio. Este trabalho experimental prossegue a criação de uma linguagem cinematográfica absoluta, autenticamente internacional, fundada na total separação com a linguagem do teatro e da literatura”. Tal como é indicado, no filme é possível reconhecer as influências das várias vanguardas artísticas nas diretrizes que o realizador procura para o seu trabalho, anterior e posterior a este objeto, — a procura do real e o afastamento da ficção.

Em ‘O Homem da Câmara de Filmar’, Vertov apresenta-nos duas camadas distintas: acompanhamos um homem com a sua câmara pelas ruas das cidades e simultaneamente vemos aquilo que por ele é filmado. Ao mesmo tempo temos dois planos de intimidade, tanto nos é dado a ver a ebulição industrial da época, como o quotidiano pessoal e privado.

É uma obra metalinguística que observa o próprio universo do Cinema (e consequentemente da fotografia), e tem na montagem o principal cúmplice para a exploração do movimento dos planos e do movimento da cidade que o rodeia.

 

25 de junho

21h00

As Aventuras do Príncipe Achmed (1926)

de Lotte Reiniger

Duração: 81'

Foram necessários três anos, entre 1923 e 1926, para que a primeira longa-metragem de animação ficasse concluída. Este maravilhoso filme de Reiniger consegue combinar harmoniosamente episódios de comédia com batalhas sangrentas, personagens apaixonados e criaturas sinistras. A narrativa do filme é inspirada em várias histórias do livro As Mil e Uma Noites. O filme conta a história de um feiticeiro perverso que engana o Príncipe Achmed montando-o num cavalo voador, dando assim início a uma série de aventuras.

 

26 de junho

21h00

O Estudante de Praga (1913)

de Stellan Rye, Paul Wegener

com Paul Wegener, John Gottowt, Grete Berger

Duração: 85'

mudo, intertítulos em alemão traduzidos eletronicamente em português 

De Paul Wegener e Stellan Rye, baseado num conto de Edgar Allan Poe (William Wilson), O ESTUDANTE DE PRAGA aborda o tema do duplo, o “doppelgänger”, tão caro ao Romantismo alemão. Em Praga (filmada em Berlim), um estudante com pouco dinheiro aceita vender a sua imagem a um bruxo, também para conquistar o coração de uma Condessa: torna-se célebre, mas desgraça-se pela perseguição do seu duplo espectral. As sobreposições, o duplo ecrã, o uso criativo da fotografia fazem do filme um prodígio. O Estudante de Praga é considerado o primeiro filme de arte alemão. Refeito em 1926 por Henrik Galeen, é considerado um dos clássicos do chamado cinema expressionista.