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48 anos de democracia, 48 escritoras, 48 novas palavras de abril no chão de Lisboa

"Mulheres de Abril somos mãos unidas" (Maria Teresa Horta, Arco da Rua Augusta) ©José Frade/EGEAC
"Faltam doze segundos para o longuíssimo primeiro minuto da nossa existência Valeu a pena? Tuas marcas na areia, dobras, rastros, lastros, células mortas, átomos desintegrados, entulho, restos de beira-mar, carcaças de insectos incinerados, relógios sem ponteiros de Dali, santos anónimos e nos interstícios da calçada sementes de cravos vermelhos, asas de pombos desviados dentro de ti, ó cidade. o Largo do Carmo já foi o centro do mundo. Valeram apenas. E havemos de lá chegar." (Ana Margarida Carvalho, Praça do Comércio) ©José Frade/EGEAC
"Nessa manhã, as gargalhadas ainda tinham sangue." (Maria do Rosário Pedreira, Rua do Carmo) ©José Frade/EGEAC
"A Liberdade é roubar a vida à morte." (Beatriz Hierro Lopes, Rua do Carmo) ©José Frade/EGEAC
"Liberdade é o infinito sem interrupção." (Ana Marques Gastão, Rua do Carmo) ©José Frade/EGEAC
"É preciso ir mais longe em risco infinitamente terno de futuro." (Mafalda Veiga, Rua do Carmo) ©José Frade/EGEAC
"O país encolhera na máquina de lavar da revolução; depois entrara para a escola da Europa decidido a vencer como prestidigitador, com os bolsos rotos a abarrotar de pombas que ninguém podia adivinhar de onde vinham." (Inês Pedrosa, Rossio) ©José Frade/EGEAC
"Que as palavras da liberdade se soltem pelas avenidas, os largos, as calçadas. Deixem-nas voar sobre as memórias, os cais, os muros. Que sejam estrelas de novas galácticas de honrar a vida, no coração do futuro" (Amélia Muge, Rossio) ©José Frade/EGEAC
"Tape o deus não Deus o que ele quiser E eu grito mesmo que rouca Que debaixo da roupa serei sempre uma mulher." (Luísa Sobral, Rossio) ©José Frade/EGEAC
"porque a liberdade é uma ocupação coletiva um cravo a clarear no aço o verso de um exército para acordar no fundo um trato liso com o mundo" (Margarida Vale de Gato, Rossio) ©José Frade/EGEAC
"Enquanto houver gente a dormir no chão é dia de revolução" (Ana Deus, Avenida da Liberdade) ©José Frade/EGEAC
"Nas pétalas murchas de abril, no musgo, do tronco, do teu corpo, de mil" (Alice Neto de Sousa, Avenida da Liberdade) ©José Frade/EGEAC
"Os poetas de outrora escreveram no chão a palavra LIBERDADE" (Aline Frazão, Avenida da Liberdade) ©José Frade/EGEAC
"Não quero a autonomia da grande máquina, com a complexidade mecânica. Quero a liberdade da rama despida, que faz brotar vida da seiva." (Raquel Gaspar Silva, Restauradores) ©José Frade/EGEAC
"Um país a cem por sentimento respirado Expira a opressão inspira a liberdade" (Rita Taborda Duarte, Restauradores) ©José Frade/EGEAC
"A Liberdade tem mais rostos que bandeiras, mais filhos que fronteiras. A Liberdade é o direito sem avesso, a nossa respiração o vento que a guia através do medo para chegar à escolha" (Gisela Casimiro, Restauradores) ©José Frade/EGEAC
"Desde esse dia busco e acho companhia Nos rostos irregulares, nas esquinas amigas E até nas sombras que são mapas de cidade" (Regina Guimarães, Restauradores) ©José Frade/EGEAC
"Num dia improvável, mas possível e inevitável, todos decidiram não sair de casa. O mundo parou. Peço-vos que gravem 20 segundos do vosso silêncio, aqui, enquanto pensam neste momento memorável de uma ideia de greve do mundo." (Patrícia Portela, Praça Dom João da Câmara) ©José Frade/EGEAC
"É trágico que um povo se transforme em rebanho e não saiba viver sem pastor nem cães de guarda. Até o gado resiste à prisão e ao matadouro." (Isabela Figueiredo, Praça Dom João da Câmara) ©José Frade/EGEAC
"Entre Bastilha e Baunilha, contra os retratos de família, a revolução nasce de um sonho, assim como os povos nascem do pó" (Golgona Anghel, Rossio) ©José Frade/EGEAC
"Nunca foi palavra Sempre sentimento que é movimento Já nasceu sentimento Liberdade é o movimento Tempos do lutar que acolhem fragmentos Tempos do poder que jogam constrangimentos Nunca brisa, toda ela é vendaval Liberdade é o momento" (Telma Tvon, Praça do Comércio) ©José Frade/EGEAC
"Meu querido 25 de Abril, vem-te de novo de pau feito, por favor, e de épico tesão dá cabo disto." (Inês Fonseca Santos, Mercado da Ribeira | Estação Cais do Sodré) ©José Frade/EGEAC
"Abril foi o dia inteiro em que as mulheres puderam deixar de ser metades e de viver pela metade." (Isabel Rio Novo, Rua Augusta) ©José Frade/EGEAC
"Ó magnéticos lábios do absoluto! respirar sem medo, beijar a fundo uma vida livre não entra na morte." (Raquel Nobre Guerra, Mercado da Ribeira |Estação Cais do Sodré) ©José Frade/EGEAC
"Nem numa gaiola, quanto mais numa gaiola dentro de uma casa, um pássaro." (Marta Chaves, Ribeira das Naus) ©José Frade/EGEAC
"25 DE ABRIL: A IGNIÇÃO DOS CRAVOS Abril é a ignição firme de um rumo urgente em cravos de assombro para a liberdade." (Rosa Alice Branco, Ribeira das Naus) ©José Frade/EGEAC
"CASA COM VISTA PARA A FELICIDADE COLECTIVA PROCURA-SE" (Paola D'Agostino, Ribeira das Naus) ©José Frade/EGEAC
"ARRANJAR MORANGOS EM ABRIL Sabe bem poder sujar as mãos de coisas limpas." (Filipa Leal, Mercado da Ribeira | Estação Cais do Sodré) ©José Frade/EGEAC
"Liberdade Uma caneta na mão e os pássaros todos a voar Boca cheia de verbo e de vontade (E mulheres que dançam até ao amanhecer)." (Capicua, Mercado da Ribeira | Estação Cais do Sodré) ©José Frade/EGEAC
"liberdade sem religião, nem cura nem terço, sem abrigo liberdade de abraçar os demónios mais cruéis porque o segredo da liberdade é deixá-los passar por aqui." (Raquel Lima, Ribeira das Naus) ©José Frade/EGEAC
"ABRIL, ALEGRIAS MIL O sorriso sem razão A flor depois do adeus O beijo enlaçado, a liturgia da rua A eternidade ferve em poucas palavras No calendário eterno de um só mês: 25 de Abril sempre!" (Aldina Duarte, Praça do Comércio) ©José Frade/EGEAC
"O QUE EU QUERO É ESCREVER O TEU NOME NA PAREDE NA OUTRA PAREDE NA FOLHA DA JANELA NO PÉ DO CANDEEIRO NO PASSEIO NA OMBREIRA NA PORTA NO CORRIMÃO NOS DEGRAUS POR DEGRAUS POR ELE ENTRAR ENTRAR POR ELE EM CASA" (Luísa Costa Gomes, Praça do Comércio) ©José Frade/EGEAC
"Democracia: Qualquer dia inicial, inteiro e limpo Em que continuemos a entender que a febre de poder e a loucura da destruição Não valem a mais anónima vida da mais mínima das criaturas" (Tatiana Faia, Estação Sul-Sueste | Praça do Comércio) ©José Frade/EGEAC
"Liberdade, disseste tu. E eu calei-me a medo porque o medo era ainda senhor. Liberdade, insististe. Pegaste na minha mão e tiraste-me o medo. Liberdade, digo-te todos os nossos dias." (Patrícia Reis, Estação Sul-Sueste | Praça do Comércio) ©José Frade/EGEAC
"E encostada à música, essa palavra nova nascerá: rota dos olhos que não viram nada, mas com peixes ao fundo, multiformes, a voz sem palco e tudo a acontecer — como primeira vez —" (Ana Luísa Amaral, Estação Sul-Sueste | Praça do Comércio) ©José Frade/EGEAC
"Bilhete à Sophia De onde submergimos ao ruir das trombetas e cavamos os túneis rumo à aurora dos tempos converteremos a madrugada que esperamos em eternidade deste abril refeito no agora" (Manuella Bezerra de Melo, Estação Sul-Sueste | Praça do Comércio) ©José Frade/EGEAC
"Sobre o peito Seja o cravo apenas Flor" (Ana Paulo Inácio, Rossio) ©José Frade/EGEAC
"Vem ciclónica essa luz que te vai mordendo o rosto Agita-te, descalça-te de sossego, pois que já o sabias: Nenhum dia será teu sem liberdade" (Cláudia R. Sampaio, Ribeira das Naus) ©José Frade/EGEAC
"gente sem voz não se cansa de gritar" (Francisca Camelo, Rua do Carmo) ©José Frade/EGEAC
"Liberdade, quero a prisão dos teus braços." (Dulce Maria Cardoso, Rua do Carmo) ©José Frade/EGEAC
"Cuida da liberdade como do teu jardim" (Djaimilia Pereira de Almeida, Avenida da Liberdade) ©José Frade/EGEAC
"Que venha quem vier por bem mas não se trate com desdém quem tratou deste lugar" (A garota não, Ribeira das Naus) ©José Frade/EGEAC
"25//22 no momento em que a europa estremece olhamos a balança de pratos suspensos no 48 e prosseguimos a ode infinita: hoje é a noite certa para a vida" (Rosa Oliveira, Rossio) ©José Frade/EGEAC
"As aves são capazes de emitir quarenta e cinco notas por segundo. Apanhamos uma pomba e oferecem-nos uma orquestra." (Filipa Martins, Rua Augusta) ©José Frade/EGEAC
"O mal alimenta-se do silêncio. Ergamos, pois, a nossa voz." (Filipa Fonseca Silva, Rossio) ©José Frade/EGEAC
"Mas um dia, este dia, será o dia do idílio. Os rapazes ainda não desistiram de soltar os braços dos escravos. E os escravos ainda não renegaram a cor dos cravos. Ainda estamos no princípio desse dia." (Lídia Jorge, Arco da Rua Augusta) ©José Frade/EGEAC
"Sem liberdade não há felicidade." (Adília Lopes, Avenida da Liberdade) ©José Frade/EGEAC
"A minha boca é uma cidade A minha boca é um país Aqui, na minha boca, a liberdade" (Rita Capucho, Avenida da Liberdade) ©José Frade/EGEAC

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